Curso e diagnóstico são destaques de projeto para reduzir resíduos

18/02/2010 12:35


Reduzir, reutilizar e reciclar. Essas três premissas são colocadas em prática no curso de “Montagem, Manutenção e Recondicionamento de Computadores”. Realizado no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR);desde setembro de 2008 é uma das atividades mais antigas do Projeto 3RsPCs - Resíduos Eletroeletrônicos. O objetivo do Projeto é buscar soluções ambientalmente adequadas para os resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE).

 

O curso é direcionado a jovens com idade entre 16 e 29 anos que concluíram ou estejam cursando o ensino médio em escolas públicas. Os jovens são qualificados para trabalhar com hardware e também adquirem noções de meio ambiente e, posteriormente, são encaminhados ao mercado de trabalho. Desde o inicio, 156 alunos foram qualificados para o mercado de trabalho. Em 2010, foram abertas seis turmas, com 20 alunos cada, somando um total de 120. Desses 120 jovens, 83 concluíram o curso com êxito e estão aptos ao mercado de trabalho.

 

Os computadores recondicionados ao longo do curso são doados a instituições carentes, visando à ampliação da inclusão digital. Os resíduos gerados, que não podem ser aproveitados, são encaminhados para o descarte ambientalmente adequado. Para o ex-aluno Davi Leonardo, o mais importante é o recondicionamento, pois assim o computador pode ser reutilizado por outras pessoas, o que para ele é fundamental.

 

Neste ano, o curso recebeu patrocínio parcial da Microsoft Brasil. A gestora do Projeto, Susane Meyer, explica que o curso foi ampliado no segundo semestre, passando a oferecer 80 vagas por semestre, ao invés de apenas 40. Foram recebidos 177 computadores, tendo sido 157 recondicionados e parte já doada a instituições carentes.

 

Durante a Semana Mineira de Redução de Resíduos, que aconteceu entre os dias 20 e 28 de novembro, o Projeto 3RsPCs participou de forma expressiva, disponibilizando um container no estacionamento do CMRR, para receber e armazenar os resíduos elétricos eletrônicos da comunidade no decorrer da Semana. Foram recebidos, aproximadamente, 2,5 toneladas de resíduos de computadores, televisões, telefones sem fio, videogames, entre outros.

 

Os computadores recebidos foram testados no curso de Montagem, Manutenção e Recondicionamento de Computadores. Os aparelhos que ainda tinham condições de uso foram recondicionados para serem doados. Os resíduos que não puderam ser aproveitados foram destinados à empresa parceira da iniciativa, Romic, de Três Corações, no Sul de Minas. A Romic é reconhecida pelo trabalho de destinação adequada de resíduos eletroeletrônicos, dando prioridade à reciclagem, em detrimento do aterramento de resíduos.

 

Diagnóstico de resíduos

 

Dentre as atividades recentes do Projeto está o Diagnóstico da Geração de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos 2010, realizado em parceria com a instituição suíça de pesquisa Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research (EMPA). O EMPA enviou a estudante de mestrado, Barbara Annina Gerber, para auxiliar na realização deste e de outros estudos. Ela esteve no CMRR de fevereiro a agosto desse ano.

 

O diagnóstico aponta que, atualmente, geramos cerca de meio quilo de resíduos de computadores por habitante a cada ano no Brasil, e que há uma tendência de que essa geração aumente nos próximos dez anos. “Os resultados desse novo diagnóstico confirmam os resultados encontrados pelo diagnóstico realizado pelo projeto em 2009, também em parceria com o EMPA, que utilizou outra metodologia desta instituição”, aponta a gestora do Projeto 3RsPCs.

 

Outra atividade que merece destaque são as contribuições feitas nas reuniões do grupo de trabalho do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) sobre resíduos eletroeletrônicos, cujo objetivo é criar uma regra nacional para o gerenciamento desses resíduos. Contudo, as reuniões foram suspensas aguardando a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto de 2010. Susane Meyer espera que, em 2011, seja dada continuidade aos trabalhos do GT do Conama. “É urgente que soluções voltadas para o gerenciamento adequado de resíduos eletroeletrônicos sejam implementadas no país, sendo fundamental definir as responsabilidades de cada elo, incluindo os fabricantes de eletroeletrônicos”, finaliza.

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