Documentário mostra realidade de catadoras de lixo de BH

O documentário Aterro, filmado em BH, mostra a realidade das catadoras

Estreia hoje, em Belo Horizonte, o documentário Aterro, do diretor mineiro Marcelo Reis. O longa apresenta sete catadoras de lixo na década de 1960. “Elas guardam esse conhecimento até hoje. São especialistas em resíduos sólidos”, conta Marcelo Reis. “Algumas coisas mudaram na minha relação pessoal com o lixo. Elas e eu questionamos a aterragem, opção adotada na maior parte do mundo”, diz o diretor.

Marcelo acredita que enterrar lixo não é a melhor forma de resolver o problema. Apenas evidencia que a humanidade não lida bem com o que produz. As prováveis comparações com o longa Lixo extraordinário estão dispensadas. O documentário que concorreu ao Oscar, mostrando o trabalho do artista plástico Vik Muniz em parceria com trabalhadores em um lixão fluminense, não tem relação com Aterro. “Antes de mais nada, aquele filme é de gringo para gringo. Não o vi como nacional. Não tem estética de produção brasileira, com gente conversando em inglês. É lindo e muito benfeito, mas se trata de outra proposta”, garante o idealizador do Aterro.

“O diretor não fez um documentário sobre lixo, mas sobre Vik Muniz. Se o Vik fosse fazer arte num matadouro, ele seria gravado lá”, acredita Marcelo Reis. A produção belo-horizontina foi concebida em 2007, quando Marcelo trabalhava como educador da área audiovisual no Morro das Pedras. Lá conheceu as senhoras, atendidas por programas sociais. “Muita gente de BH sabe da história do Morro das Pedras e do aterro que havia lá”, garante o documentarista.

FESTIVAIS

Marcelo Reis é produtor audiovisual desde os 16 anos. Seus documentários foram apresentados em festivais no Brasil e em Portugal. Premiado no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte, é um dos quatro brasileiros selecionados para o projeto Talent campus, da Universidad del Cine de Buenos Aires. Aterro é seu primeiro longa.
 
ATERRO

Estreia do documentário dirigido por Marcelo Reis. Hoje, às 20h, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro.  Entrada franca. O ingresso deve ser retirado meia hora antes da sessão. Em caso de lotação, haverá reprise às 21h30.

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